Cancro
21:47 | Author: Anónimo
Factores de risco



Uma grande variedade de factores genéticos e ambientais contribui para o aumento do risco de desenvolvimento de um cancro.

O historial da família é um factor muito importante, uma vez que algumas famílias têm uma maior predisposição para desenvolver determinados tipos de cancro. Por exemplo, a probabilidade de desenvolver o cancro da mama na mulher aumenta de 1.5 a 3 vezes se a mãe ou a irmã tiverem esse tipo de cancro. Alguns cancros da mama estão também ligados a uma mutação genética específica com maior incidência em certos grupos étnicos e em algumas famílias (as mulheres que possuem esta mutação, têm entre 80% a 90% de probabilidade de desenvolver cancro da mama entre 40% a 50% de desenvolver cancro do ovário).Os indivíduos com anomalias cromossómicas, têm também um risco acrescido de contrair esta doença. Assim sendo, os indivíduos que têm Síndrome de Down (possuem 3 cromossomas em vez dos habituais 2 no par 21) têm entre 12 a 20 vezes mais hipótese de vir a sofrer de leucemia aguda.


Como já referimos anteriormente, os factores ambientais também influenciam a probabilidade de contrair cancro. Um dos factores mais conhecidos é o tabaco, uma vez que aumenta de forma significativa a hipótese de um indivíduo vir a contrair cancro do pulmão, da laringe, da bexiga e da boca. Um outro factor é a exposição prolongada ao sol e consequentemente à radiação ultravioleta que pode causar cancro de pele. A probabilidade de contrair cancro também varia de acordo com o lugar onde vivemos (no Japão o risco de cancro da mama e do cólon é baixo, mas a sua incidência aumenta nos japoneses que emigram para os Estados Unidos). Esta variação no risco de contracção do cancro consoante as mudanças geográficas deve-se a vários factores, entre os quais, o tipo de dieta, o meio ambiente e a combinação génica.


A dieta também afecta o risco de contrair cancro, principalmente o cancro que afecta o sistema gastrointestinal. Enquanto que uma dieta rica em fibras reduz a probabilidade de desenvolvimento do cancro do cólon, uma dieta rica em alimentos fumados e picantes aumenta a probabilidade de desenvolvimento de cancro do estômago. O consumo excessivo de álcool aumenta também a probabilidade de contrair cancro do esófago.


A exposição regular a determinadas substâncias químicas pode também aumentar de forma significativa (por vezes anos mais tarde) a hipótese de virmos a ter um certo cancro. A exposição ao amianto pode, por exemplo causar cancro do pulmão e da pleura. Certos cancros podem ser também causados por parasitas. O Schistosoma pode provocar cancro da bexiga, conduzindo a uma irritação crónica da mesma. Ainda assim, existem outras causas que provocam a irritação crónica da bexiga, não provocando cancro.


A figura seguinte representa o papel dos genes e do meio ambiente no desenvolvimento de diversos tipos de cancro:





A - Percentagem com que contribuem os factores genéticos e os factores ambientais no risco de contrair cancro: 5 a 10% e 90 a 95%, respectivamente.

B - Factores de risco familiares de diversos tipos de cancro.

C - Percentagem com que contribuem os factores de risco ambientais.

Epidemiologia do cancro
21:39 | Author: Anónimo
Com o passar do tempo o risco de contrair cancro tem vindo a mudar.

Actualmente podemos verificar que a frequência com que se manifestam alguns cancros tem vindo a diminuir, enquanto que a incidência de outros tem vindo a aumentar.


Um dos cancros onde se tem vindo a notar um aumento é o cancro do pulmão (aumentou cerca de 20 vezes), destacando-se uma maior incidência nas mulheres. Esta mudança deve-se sobretudo a um maior consumo de cigarros.


A idade é também um factor importante no que toca ao desenvolvimento do cancro. Determinados tipos de cancro afectam principalmente/ só pessoas jovens (tumor de Wilms, leucemia linfática aguda), embora a maior parte destes tenha uma maior incidência nos adultos.


Os aumentos verificados devem-se provavelmente a uma crescente e prolongada exposição a carcinogéneos combinada com um sistema imunitário debilitado, relacionado com o aumento da longevidade.


Na imagem seguinte podemos verificar a incidência de cancro quer no sexo masculino quer no sexo feminino:



Casos de cancro por cada 100,000 habitantes:




Como se desenvolve o cancro
21:33 | Author: Anónimo

Uma célula cancerosa pode desenvolver-se a partir de qualquer tecido, dentro de qualquer órgão. À medida que as células cancerosas crescem e se multiplicam, formam um tecido canceroso que invade os tecidos envolventes e pode, inclusive, propagar-se pelo corpo formando metástases.

As células tumorais desenvolvem-se a partir de células normais, mas que sofreram alterações no material genético. A este processo chamamos transformação.

A primeira etapa deste processo é a iniciação, em que uma mudança do material genético da célula, causada por um agente carciogéneo (ver quadro) ou por um promotor, a prepara para se transformarem célula do cancro.

A etapa seguinte é a promoção, na qual a célula modificada transforma-se em cancerosa. Assim, vários factores são necessários para causar o cancro.

As mutações genicas são, geralmente, muito difíceis de detectar. Contudo, algumas mudanças no tamanho e na forma de um cromossoma assinala um certo tipo de cancro. Porém, o mais provável é a existência várias modificações cromossómicas para que se desenvolva alguns tipos de cancro.

Uma leve alteração no ADN produz então modificações que conduzem à formação de um adenoma (tumor benigno). Outro gene faz com que o adenoma cresça mais rapidamente. A perda de um gene supressor no cromossoma 18, a longo prazo, estimula o adenoma e, por fim, a perda de um gene no cromossoma 17 converte-o em tumor maligno, ou seja, em cancro.

Se o indivíduo possuir um sistema imunitário debilitado está mais propenso a desenvolver metástases, ou até mesmo outros tipos de cancro, como, por exemplo, leucemia.




Início e desenvolvimento de um cancro

O cancro e o sistema imunitário
21:32 | Author: Anónimo

O sistema imunitário além de atacar e eliminar as bactérias e os corpos estranhos também ataca as células cancerígenas. Estas não são células estranhas, mas sim células alteradas funcionalmente que não respondem aos mecanismos naturais do corpo.

O cancro tem 100 vezes mais possibilidade de aparecer em pessoas que tomam medicamentos que provocam a inibição do sistema imunitário do que nas que possuem um sistema imunitário normal.


Fig.1- célula cancerígena vista ao microscópio electrónico

Antigénios tumorais
21:30 | Author: Anónimo
Um antigénio é uma partícula ou molécula com capacidade para iniciar a produção de anticorpos.
Quando uma célula normal passa a cancerosa, aparecem novos antigénios sobre a superfície da célula, sendo que em seguida o sistema imunitário passa a considerar estes novos antigénios (designados por antigénios tumorais) como corpos estranhos sendo capaz de travar e mesma destruir estas células cancerosas. Contudo, é de salientar que o sistema imunitário nem sempre consegue destruir todas as células cancerígenas. Ainda assim, podemos tirar proveito de alguns antigénios tumorais.
Alguns cancros libertam certos antigénios para o sangue que podem ser detectados através de análises sanguíneas, sendo estes denominados de marcadores tumorais.

O uso destes marcadores tumorais como forma de detectar a presença de cancro, tem vindo a adquirir um grande interesse. Contudo esta técnica apresenta algumas desvantagens. Além das análises serem muito caras, estas nem sempre são muito precisas, sendo o seu uso em investigações sistemáticas pouco aconselhável na maior parte dos casos. Ainda assim estas podem ser vantajosas no tratamento e diagnóstico do cancro, sendo que as análises sanguíneas ajudam a verificar se o tratamento de um cancro está a ser eficaz ou não. Se o marcador tumoral desaparecer da corrente sanguínea a terapia foi, provavelmente eficaz. Se este desaparecer e mais tarde reaparecer, o cancro possivelmente reapareceu.

O antigénio carcinoembrionário (ACE) é um antigénio tumoral que se encontra no sangue de pessoas afectadas com determinados cancros, tais como o cancro do cólon, da mama, do pâncreas, da bexiga, do ovário e do colo do útero. A presença de uma elevada quantidade deste antigénio indica a existência de cancro. O controlo dos valores deste antigénio nas pessoas tratadas por cancro ajuda a detectar um possivel retorno do mesmo.

A alfa-fetoproteina (AFP) encontra-se na corrente sanguinea das pessoas que sofrem de cancro do fígado e muitas vezes em pessoas com alguns cancros do ovário ou do testículo ou em individuos com tumores da glãndula pineal.

A gonadotropina coriónica humana beta (b-HCG) é uma hormona produzida durante a gravidez. Esta também aparece em mulheres com cancro originado na placente e em homens com vários tipos de cancro testicular. Esta hormona é um marcador tumoral muito útil no controlo e tratamento destes cancros, uma vez que ajudou a melhorar a percentagem de cura em mais de 95% dos casos.

Os valores do antigénio CA-125, aumentam de forma sensível no sangue das mulheres que possuem várias doenças ao nível dos ovários (incluindo o cancro). Como o cancro do ovário é difícil de diagnosticar, alguns médicos aconselham a determinação deste antigénio nas mulheres com uma idade superior a 40 anos. Ainda assim, a falta de especificidade deste teste contribui para que este não seja um exame de detecção preventiva.

Muitos outros antigénios encontram-se em concentrações elevadas (como por exemplo o CA15-3, antigénio que aparece, por exemplo, em casos de cancro da mama), mas nenhum deles pode ser utilizado como método de detecção precoce do cancro. Ainda assim, estes são úteis no controlo da resposta ao tratamento de um cancro já diagnosticado.
Imunoterapia
21:22 | Author: Anónimo
Os cientistas têm vindo a desenvolver modificadores da resposta biológica (agentes com capacidade de lise tumoral), com o objectivo de aumentar a capacidade de lise tumoral), com o objectivo de aumentar a capacidade do sistema imunitário para detectar e eliminar o cancro.

Estes modificadores são utilizados para:


- Estimular a resposta antitumoral do corpo;

- Actuar directamente como agentes destruidores de tumores;

- Travar os mecanismos normais do corpo que diminuem a resposta imunitária;

- Alterar células tumorais;

- Aumentar a tolerância do organismo à radioterapia e quimioterapia.

Um dos modificadores biológicos mais conhecido e mais utilizado é o interferão e embora os seus mecanismos de acção não sejam totalmente conhecidos este é importante no tratamento de diversos cancros. Através da sua utilização têm sido obtidos excelentes resultados (incluindo algumas remissões completas) em cerca de 30% dos doentes com sarcoma de Kaposi, em 20 % dos jovens com leucemia mielóide crónica e em 15 % das pessoas com carcinoma das células renais.


É de realçar que o interferão prolonga também, o período livre da doença em doentes com mieloma múltiplo e alguns tipos de linfomas que estão em remissão.

Na terapia com células assassinas (killer cells), são extraídos linfócitos (um tipo de glóbulos brancos do sangue) de um doente com cancro. Já em laboratório, estes são expostos a uma substância chamada interleucina-2 (um factor de crescimento dos linfócitos-T) de forma a criar células assassinas activadas pela linfoquina. Estas células distinguem-se das células naturais do corpo pelo facto de possuírem uma maior capacidade para detectar e destruir as células cancerosas. As novas células são então injectadas no doente. Embora cerca de 25 % a 50 % das pessoas que têm melanoma maligno ou cancro do rim tenham respondido bem a esta terapia, esta encontra-se ainda numa fase experimental.

A terapia humoral (anticorpos) leva o organismo a produzir anticorpos. Substâncias como os extractos de bactérias da tuberculose atenuadas, que aumentam a resposta imunitária, foram experimentadas em alguns cancros. Ao injectar-se as bactérias da tuberculose directamente num melanoma, consegue-se na maior parte das vezes, uma recessão do cancro. Por vezes, este efeito também se observa nos tumores que se espalharam para outras partes do corpo (metástases). Alguns médicos também usaram, com êxito, as bactérias da tuberculose para controlar o cancro da bexiga que ainda não invadiu a parede da mesma.

Existe ainda uma outra proposta experimental que consiste em unir os anticorpos específicos contra o tumor com os medicamentos anti-cancerígenas. Desta forma, os anticorpos, produzidos no laboratório e injectados num doente, guiam os medicamentos até às células cancerosas. Por outro lado, e ao mesmo tempo, outros anticorpos criados em laboratório podem aderir às células cancerosas e aos linfócitos assassinos, o que leva à destruição da célula cancerosa. Até agora, essa investigação não se pode aplicar de forma ampla em nenhum esquema de tratamento de cancros.

Os cancros e as suas metástases podem invadir e, desse modo, alterar a função de um órgão ou exercer pressão nos tecidos que os rodeiam. Em qualquer um dos casos estas mudanças podem provocar uma grande variedade de sintomas e de problemas médicos. Nos doentes com cancro metastático, a dor muitas vezes sentida pode ser causada pelo crescimento do cancro dentro do osso (que não se expande) ou então pela pressão provocada sobre os nervos ou sobre outros tecidos.

Muitos tipos de cancro podem também produzir certas substâncias, como hormonas, citocinas e proteínas, que afectam a função de outros tecidos e órgãos, originando muitos sintomas denominados síndromas paraneoplásicas.



Interferão

Síndromas paraneoplásicas
21:17 | Author: Anónimo
As síndromas paraneoplásicas são um conjunto de sintomas provocados não pelo tumor em si, mas pelos produtos derivados do cancro. Como já foi referido anteriormente alguns tipos de cancro podem produzir determinadas substâncias como hormonas, citocinas e proteínas que afectam a função de outros tecidos e órgãos.


Ainda não é totalmente conhecido o modo como os cancros afectam sítios distantes do corpo. Enquanto que alguns libertam determinadas substâncias no sangue o que causa uma reacção auto-imune (que por sua vez provoca a lesão de tecidos distantes), outros produzem substâncias que interferem de forma directa na função de vários órgãos ou destroem os seus tecidos. Podem ainda aparecer sintomas como a diminuição do nível de açúcar no sangue, diarreia e hipertensão. Estes síndromas podem também afectar o sistema nervoso. Embora alguns dos sintomas possam ser tratados directamente, a terapia de um síndroma paraneoplásico requer frequentemente o controlo do cancro subjacente. Por vezes os problemas causados pelo cancro são tão graves que necessitam de ser tratados de forma urgente.

Entre as várias urgências ou problemas causados pelo cancro destacam-se o tamponamento cardíaco, o derrame pleural, o síndrome da veia cava superior, o síndrome de compressão da espinal-medula e o síndrome hipercalcémico.
O tamponamento cardíaco resulta da acumulação de líquido no pericárdio, o que exerce pressão sobre o coração e impede o correcto bombeamento do sangue. A acumulação do líquido deve-se à invasão do pericárdio pelo cancro, que provoca uma irritação no mesmo. Os cancros que invadem com maior frequência o pericárdio são o do pulmão e o da mama.Este tamponamento ocorre de forma repentina quando o líquido acumulado impede o coração de bater normalmente. Antes do início do mesmo o doente sente (geralmente) uma vaga dor ou pressão no peito que piora quando se deita e melhora quando se senta. Assim que o tamponamento se desencadeia, o doente tem grande dificuldade em respirar e as veias do pescoço dilatam-se durante a inspiração. O tamponamento cardíaco pode ser diagnosticado através de radiografias ao tórax, electrocardiogramas e ecocardiogramas. Após o diagnostico e com o intuito de aliviar a pressão provocada pelo líquido acumulado o médico insere uma agulha no saco pericárdio extraindo o mesmo com uma seringa (pericardiocentese). Em seguida uma amostra do líquido retirado é examinada com o objectivo de determinar a presença ou ausência de células cancerosas no mesmo. Posteriormente, realiza-se uma incisão no pericárdio ou retira-se um fragmento do mesmo de modo a evitar que se repita o tamponamento. Os tratamentos adicionais dependem do tipo de cancro.






O derrame pleural pode causar dificuldade respiratória. O líquido acumulado no saco pleural pode advir de vários problemas/doenças como por exemplo o cancro. Para resolver este problema o médico drena o líquido, utilizando para tal uma seringa que insere entre as costelas até ao saco pleural. Se após este procedimento o líquido voltar a se acumular rapidamente insere-se um tubo de drenagem que fica no saco pleural até que as condições clínicas do doente melhorem.








A síndrome da veia cava superior ocorre quando o cancro bloqueia de modo parcial ou completo a veia cava superior. Este bloqueio produz a dilatação das veias da parte superior do tórax e pescoço, provocando edemas na cara, no pescoço e na parte superior do peito.




A síndrome de compressão da espinal medula ocorre quando o cancro comprime esta ou os seus nervos, provocando dor e perda de funcionamento. Quanto mais prolongado for o défice neurológico, menor é a probabilidades do doente recuperar as suas funções nervosas normais. Em geral, o mais indicado é começar o tratamento entre as 12 e as 24 horas depois do aparecimento dos sintomas, mas por vezes, quando não se conhece a causa da compressão da espinal medula, a cirurgia é uma alternativa que ajudar a determinar de forma mais precisa o diagnóstico e a tratar o problema (permite ao cirurgião descomprimir a espinal medula).







A síndrome hipercalcémica verifica-se quando o cancro produz uma hormona que aumenta a concentração de cálcio no sangue ou invade directamente os ossos. O doente apresenta um estado de confusão que pode evoluir para o coma e causar a morte. É de referir que existem diversos medicamentos que podem reduzir rapidamente a quantidade de cálcio no sangue.
Tratamento do cancro
21:15 | Author: Anónimo
O tratamento eficaz do cancro deve dirigir-se não apenas ao tumor principal, mas também ás suas metástase que podem aparecer em outras partes do organismo. Este facto faz com que a cirurgia ou a radioterapia que se aplicam em áreas específicas do corpo sejam muitas vezes combinadas com a quimioterapia, que atinge todo o organismo. Mesmo quando a cura não é possível, os sintomas costumam aliviar-se com terapias paliativas, melhorando a qualidade de vida e a sobrevivência.

Os portadores desta patologia tratados para a mesma devem ser seguidas de modo a se observar como respondem à terapia. O tratamento mais eficaz é aquele que produz a cura. Esta define-se como uma remissão completa na qual desaparece toda a evidência do cancro (resposta completa).

Os investigadores consideram a cura em termos de percentagens de sobrevivência livre de doença num período de 5 ou 10 anos, pois entende-se que neste período de tempo o cancro desaparece completamente e não se verifica uma reincidência. Numa resposta parcial, o tamanho de um ou mais tumores reduz-se a menos de metade. Esta resposta pode provocar a atenuação dos sintomas e prolongar a vida, embora o cancro volte a crescer. Por vezes um cancro desaparece completamente, mas reaparece mais tarde. O intervalo entre estes dois acontecimentos denomina-se tempo de sobrevivência livre de doença. Já o intervalo entre a resposta completa e o momento do falecimento é considerado o tempo total de sobrevivência

Enquanto que alguns cancros têm uma boa resposta à quimioterapia, outros melhoram, mas não se curam. Determinados cancros como o melanoma, o cancro das células renais, o cancro pancreático ou o cancro do cérebro respondem muito pouco à quimioterapia e por isso diz-se que são resistentes. Outros como o cancro da mama, o cancro de células pequenas do pulmão e a leucemia podem ter uma excelente resposta inicial à quimioterapia, mas após repetidos tratamentos podem desenvolver resistência aos medicamentos. Uma vez que existem genes resistentes a vários medicamentos tanto nas células normais como nas cancerígenas, a exposição a um só medicamento pode fazer com que o tumor se torne mais resistente a outros medicamentos sem qualquer relação entre si. Supõe-se que estes genes existem para fornecer às células os meios necessários para evitar a sua destruição por uma substância nociva. Assim sendo e como resultado deste facto, a célula pode expulsar o medicamento em defesa própria, fazendo com que a terapia seja eficaz. Os investigadores estão a tentar determinar como se pode suprimir a actividade destes genes.

As leucemias agudas, linfoblástica e mieloblástica, são dois cancros potencialmente curáveis. A doença de Hodgkin e muitos outros linfomas (linfoma difuso de células grandes, linfoma de Burkitt e linfoma linfoblástico) curam-se em aproximadamente 80 % de crianças e adultos. A quimioterapia cura mais de 90 % dos homens que têm cancro testicular avançado e cerca de 98 % das mulheres com coriocarcinoma (um cancro do útero).

Perante determinados sintomas é de vital importância consultar um médico o mais depressa possível pois alguns cancros podem ser curados recorrendo a uma cirurgia (quando tratados no seu estádio inicial).
Radioterapia
21:13 | Author: Anónimo

A radiação destrói principalmente as células que se dividem rapidamente. Em geral, isto significa que se trata de um cancro, mas a radiação pode também lesar os tecidos normais, especialmente aqueles em que as células se reproduzem normalmente de forma rápida, como a pele, os folículos capilares, a parede interna dos intestinos, os ovários, os testículos e a medula óssea. Definir com a máxima precisão o foco de irradiação é o que mais protege as células normais.

As células que têm uma oxigenação adequada são mais susceptíveis aos efeitos da radiação. Às células próximas do centro de um tumor muito grande, por vezes, chega pouco sangue e, portanto, pouca quantidade de oxigénio. À medida que o tumor se torna mais pequeno, as células sobreviventes parecem obter maior fornecimento de sangue, o que as torna mais vulneráveis à dose seguinte de radiação

A radioterapia realizada com um equipamento chamado acelerador linear. Os raios aplicam-se muito próximo do tumor e o grau em que os raios afectarão adversamente os tecidos normais depende do tamanho da área irradiada e da sua proximidade desses tecidos. Por exemplo, a irradiação nos tumores da cabeça ou do pescoço origina muitas vezes inflamação das membranas mucosas no nariz e na boca, causando dor e ulcerações, enquanto no estômago ou no abdómen costuma produzir inflamação do estômago (gastrite) e do intestino grosso (enterite), provocando diarreia. Esta tem um grande papel central na cura de muitos cancros, como a doença de Hodgkin, o linfoma não hodgkiniano (em estádios iniciais), o cancro de células escamosas da cabeça e do pescoço, o seminoma (um cancro testicular), o cancro da próstata, o cancro da mama (num estádio inicial), o cancro do pulmão de células não pequenas (no estádio inicial) e o meduloblastoma (um tumor do cérebro ou da espinal medula). Para os cancros primitivos da laringe e próstata, a percentagem de cura é praticamente a mesma com radioterapia e com cirurgia.

A radioterapia pode também reduzir os sintomas quando um cancro não tem possibilidade de cura, como no mieloma múltiplo e nos cancros avançados da cabeça e do pescoço, do pulmão, do esófago e do estômago. Pode ainda aliviar os sintomas causados pelas metástases nos ossos ou no cérebro.
Quimioterapia
21:11 | Author: Anónimo

A quimioterapia é uma das terapias mais recorrentes para o tratamento das doenças oncológicas.


Os medicamentos anticancerosos estão agrupados em várias categorias: agentes alquilantes, antimetabolitos, alcalóides derivados de plantas, antibióticos antineoplasmáticos, enzimas, hormonas e moduladores da resposta biológica. O motivo de, muitas vezes, se combinar dois ou mais tipos de medicamentos é utilizar substâncias que actuem sobre diferentes estágios do processo metabólico das células, aumentando assim a probabilidade de morrerem muitas mais células tumorais.


Os medicamentos que matam as células cancerosas podem ser combinadas com os que estimulam o sistema imunológico a lutar contra o cancro, que é o caso dos moduladores da resposta biológica.


Os agentes alquilantes actuam a nível da replicação da molécula de ADN, evitando que esta se divida e se multiplique. Os principais efeitos secundários são: náuseas, vómitos, perda de cabelo, cistite, baixa contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas, diminuição da quantidade de esperma e risco de leucemia.


Os antimetabolitos são um grupo de medicamentos que impedem a divisão celular. Estas substâncias podem provocar, além dos efeitos secundários semelhantes aos dos agentes alquilantes, urticária, escurecimento da pele ou insuficiência renal.Os alcalóides derivados de plantas são medicamentos que podem inibir a divisão das células tumorais, evitando a sua proliferação. Possuem efeitos secundários parecidos aos dos agentes alquilantes.


Os antibióticos antineoplasmáticos afectam o ADN, promovendo a inibição da multiplicação celular. Os seus efeitos secundários são semelhantes aos já referenciados.


A utilização de certas enzimas dependendo do tipo de cancro, como é exemplo a asparaginase no caso da leucemia linfoblástica aguda, pode ser muito benéfica. Porém, existem riscos a salientar, como reacções alérgicas, que podem ser fatais, perda de apetite, náuseas, vómitos, febre e hiperglicemia.


A hormonoterapia aumenta ou diminui a concentração de certas hormonas no organismo, limitando o crescimento de certos cancros que dependem destas hormonas para se desenvolver, ou que são inibidos por elas. Os casos do cancro da mama e do da próstata implicam a toma de medicamentos antiestrogénio e estrogénio, respectivamente. Estes medicamentos podem provocar nos homens regressão dos caracteres sexuais masculinos, ao passo que nas mulheres ocorre, usualmente, alteração ou ausência de ciclo menstrual.
Terapia Combinada
21:10 | Author: Anónimo
Para o tratamento de certos cancros, a melhor opção é a combinação entre as diferentes terapêuticas.


A cirurgia e a radioterapia tratam o cancro localmente, enquanto a quimioterapia elimina as células que poderão provocar metástases. Por vezes, o doente é sujeito a tratamentos de radioterapia e quimioterapia, antes da cirurgia, de modo a reduzir o tamanho do tumor. E, após a cirurgia, verifica-se um procedimento semelhante, de forma a destruir eventuais células tumorais que não foram removidas.


A quimioterapia quando combinada com a cirurgia são das terapias mais recorrentes no tratamento de alguns cancros, como por exemplo, o cancro do cólon, da mama, da bexiga ou do ovário.


Existem outros cancros que só são destruídos completamente quando conjugados as diferentes terapias. O quadro seguinte mostra a eficácia das diferentes terapias combinadas entre si na actuação contra alguns tipos de cancro.
Efeitos secundários dos tratamentos
21:06 | Author: Anónimo
Quase todos os doentes que são tratados com quimioterapia e/ou radioterapia sofrem alguns efeitos secundários, que não se reflectem em todos os doentes da mesma forma.

Os efeitos secundários mais comuns são: náuseas, vómitos, diminuição dos glóbulos sanguíneos, perda de cabelo…As náuseas e os vómitos, geralmente, previnem-se ou atenuam-se com medicamentos. Mas também, comendo frequentemente pequenas quantidades de alimentos a uma temperatura média e pobre em fibras.A baixa contagem de células do sangue pode levar o doente a contrair doenças tais como: anemia (défice de hemácias), neutropenia ou leucopenia (falta de leucócitos) e trombocitopenia (escassez de plaquetas).

A quimioterapia e a radioterapia podem causar inflamações ou até mesmo úlceras nas membranas mucosas. A quimioterapia pode acusar queda de cabelo, assim como a radioterapia, se se tratar de um tumor na cabeça. As radiações da radioterapia provocam, geralmente, escurecimento da pele sujeita às radiações.
Código europeu contra o cancro
21:01 | Author: Anónimo
O código europeu contra o cancro (CECC) reconhece os principais factores de risco de cancro, as técnicas de diagnóstico precoce e os sinais e sintomas de alerta que, com maior frequência acompanham a doença.

1. Não fume. Se é fumador deixe de o ser o mais rapidamente possível; não fume na presença de não fumadores.

2. Evite a obesidade.

3. Pratique, diariamente, exercício físico.

4. Aumente a ingestão diária de vegetais e frutos e limite a ingestão de alimentos contendo gorduras animais.

5. Modere o consumo de bebidas alcoólicas tais como cerveja, vinhos e bebidas espirituosa.

6. Evite a exposição demorada ou excessiva ao sol. É importante proteger as crianças, os adolescentes e os adultos com tendência para queimaduras solares.

7. Cumpra as instruções de segurança relativas a substâncias ou ambientes que possam causar cancro.


8. As mulheres devem participar no Rastreio do Cancro do Colo do útero (Papanicolau).

9. As mulheres devem participar no Rastreio do Cancro da Mama.

10. As mulheres e os homens devem participar no Rastreio do Cancro do Cólon e do Recto.

11. Participe em programas de vacinação contra a Hepatite B de acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde.